Interrupção do Tratamento do HIV
A interrupção do tratamento do HIV é definida quando a pessoa para de tomar os antirretrovirais (ARV) por um período. Embora não exista um consenso único, o critério mais usado internacionalmente define interrupção como 28 dias ou mais sem o uso da medicação.
Um problema de múltiplas causas
Parar o tratamento não é uma decisão que geralmente acontece por um único motivo. Trata-se de uma situação complexa e multifatorial, influenciada por fatores individuais, sociais e do próprio sistema de saúde.
Alguns exemplos:
- Dificuldade de aceitar o diagnóstico;
- Questões de saúde mental;
- Uso abusivo de álcool ou outras substâncias;
- Esquemas de TARV pouco práticos ou com efeitos adversos prolongados;
- Rotinas de trabalho incompatíveis com os horários de atendimento;
- Baixa renda ou instabilidade financeira;
- Insatisfação com o serviço ou profissionais de saúde;
- Estigma e discriminação;
- Situação de rua ou moradia precária;
- Dificuldade de acesso ou navegação na rede de saúde.
A interrupção do tratamento não pode ser vista como responsabilidade exclusiva da pessoa, mas como consequência da interação entre diversas vulnerabilidades.
Como o Projeto A Hora é Agora atua?
Para enfrentar esse desafio, o Projeto A Hora é Agora, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, desenvolve estratégias voltadas ao reinício e continuidade do cuidado, entre elas:
- Busca ativa qualificada, feita por profissionais capacitados (os linkadores), com abordagem respeitosa e centrada na pessoa;
- Apoio para acesso a rede de saúde, identificando o local de atendimento mais adequado para realizar suas consultas e exames.
- Planos individualizados de cuidado, considerando os obstáculos que dificultam a continuidade do tratamento;
- Dispensação de medicamentos para múltiplos meses (MMD), reduzindo a necessidade da pessoa ir todos os meses buscar medicação;
- Entrega de medicamento em casa (TARV delivery), oferecendo a escolha do endereço onde a pessoa gostaria de receber.
Interrompeu o tratamento? É possível reiniciar.
Se você não está em tratamento, ou conhece alguém que tenha interrompido, procure as unidades de saúde da sua cidade. Há opções que podem se adaptar melhor à sua rotina, como atendimento mais próximo, entrega facilitada de medicamentos e para vários meses, e profissionais preparados para apoiar sem julgamento.